De 02/06 a 05/06 aconteceu em Brasília o 11º Congresso Nacional de Psicologia (CNP). Com o tema “O Impacto Psicossocial da Pandemia: Desafios e Compromissos para a Psicologia Brasileira Frente às Desigualdades Sociais”, o encontro marcou um chamado ao fortalecimento de ações em defesa do Estado democrático, com diretrizes de atuação para as próximas gestões do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Psicologia de todo o país. A delegação do CRPRS, eleita no 11º Congresso Regional de Psicologia no final de março, foi representada pelas/os psicólogas/os Cleni da Fatima da Silva, Cristina Schwarz, Deise Zwirtes, Eliana Sardi Bortolon, Fernanda Francisca da Silva, Flávia Flach, Gilberto Gerson, Izabel Cristina Dalagno, Jocelia da Cruz de Almeida, Maria Dornelles de Araújo Ribeiro, Miriam Cristiane Alves, Samantha Torres, Sandra Correia e Thayna Miranda Dias e pelos representantes estudantis Jordan Severo de Mello e Edelvan José Girardi.
Ao todo, 374 psicólogas/os delegadas/os e 47 estudantes eleitas/os apreciaram 308 propostas das etapas regionais que foram sistematizadas e aprovadas para o 11º CNP. Na fase nacional, essas propostas foram debatidas em nove grupos de trabalho, divididos nos três eixos do evento:
1. Organização democrática e participativa do Sistema Conselhos no enfrentamento da pandemia;
2. Defesa do Estado democrático e dos direitos humanos via políticas públicas;
3. O fazer ético e científico da Psicologia no trabalho em saúde mental.
A etapa nacional foi precedida por 208 eventos preparatórios, 383 pré-Coreps, dos quais 3.312 psicólogas/os participaram. Além disso, ocorreram 24 Coreps com a participação de 823 psicólogas/os, representando um amplo e plural processo de participação da categoria.
O CNP é um espaço de construção democrática da agenda política da Psicologia brasileira e constitui instância máxima de deliberação do Sistema Conselhos. Realizado a cada três anos. É por meio do Congresso Nacional que a categoria tem garantida a sua participação democrática, como espaço de discussão e de transformação do funcionamento e das ações do Conselho Federal de Psicologia e dos Conselhos Regionais.
Na quinta-feira, 02/06, na abertura do 11º CNP foi debatido o papel da Psicologia na defesa dos Direitos Humanos. Ao apresentar um panorama da atuação da Psicologia como ciência e profissão ao longo dos últimos anos, a presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes, destacou as manifestações, notas, reuniões, encontros, jornadas e diálogos promovidos pelo Sistema Conselhos de Psicologia, com importante papel no enfrentamento à violência física e psicológica que impactam de forma mais acentuada os segmentos da sociedade mais vulnerabilizados.
“Esse CNP foi muito importante pois conseguimos pacificar algumas questões que estão em debate no Sistema Conselhos há bastante tempo, conseguimos sair com boas propostas em relação a temas que estão na pauta da Psicologia brasileira, como a psicoterapia, por exemplo”, relatou a delegada do CRPRS Eliana Sardi Bortolon, que também integrou a Comissão Organizadora do Congresso.
Após a mesa de abertura, a Comissão Organizadora Nacional (Comorg) do 11º CNP procedeu às informações sobre as atividades no Congresso e à leitura e votação do regimento interno. Houve também a definição da mesa diretora, responsável por conduzir os trabalhos durante os quatro dias de evento.
A delegada Eliana Bortolon, declarou que no segundo dia de atividades do 11º CNP, a delegação do Rio Grande do Sul participou ativamente dos debates, e desenvolveu um bom trabalho nos grupos. Entre os temas debatidos na sexta-feira, 03/06, estavam questões como condições de trabalho, democratização do Sistema Conselhos, a relação com as entidades, transparência, emergências e desastres, crianças e adolescentes, reforma psiquiátrica e luta antimanicomial, educação, relações raciais, avaliação psicológica, psicoterapia, relação com a Justiça e ampliação do exercício profissional.
A delegação do Rio Grande do Sul propôs três moções à mesa: pela revogação da Emenda Constitucional 95; pela revogação da portaria GM/MS Nº 596, de 22 de março de 2022; e de repúdio ao desfinanciamento dos dispositivos da RAPS e ao investimento público em instituições de caráter asilar e institucionalizante. “A participação da nossa delegação foi super articulada, tanto dentro dos grupos, discutindo as propostas de cada eixo com propriedade, quanto na plenária” disse a delegada Cleni da Fatima da Silva Machado Pilz, responsável pela coleta de assinaturas das moções.
“Nesse Congresso sentimos, ouvimos e vimos o engajamento de psicólogas/os de todo o Brasil em prol de uma Psicologia plural. Foi meu primeiro CNP e saio fortalecida, com a certeza de que é necessário continuar a luta enquanto categoria, pois os saberes lá construídos é que moverão a nossa vida e a daqueles que nos são confiados”, declarou a delegada Cleni da Fatima da Silva Machado Pilz.
Na tarde de sábado, 04/06, psicólogas e estudantes realizaram um ato em defesa da jornada de trabalho de 30 horas semanais. A mobilização aconteceu no intervalo da programação do 11º CNP. O primeiro teve à frente grupo de psicólogas/os LGBTQIA+. Em seguida, psicólogas/os pediram atenção para as/os profissionais surdas/os e mudas/os.
Na plenária da tarde, profissionais indígenas também chamaram a atenção para o assassinato dessa população no país.
No domingo, 05/06, a Comissão Eleitoral Especial anunciou as chapas pré-candidatas para a Consulta Nacional, que acontece de 23 a 27/08/2022. Foram realizadas a inscrição de duas pré-candidaturas para a próxima gestão do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que seguem para a fase de homologação pela Comissão Eleitoral. As duas pré-candidaturas anunciadas foram a Frente em Defesa da Psicologia Brasileira (com Pedro Paulo Gastalho de Bicalho como cabeça de chapa e candidato a presidente); e Toda Psicologia: Ética, Plural e Democrática (com Tássio de Oliveira Soares como cabeça de chapa e candidato a presidente).
O CNP pode ser assistido pelo Canal do Youtube do Conselho Federal de Psicologia.