Vincent Pereira Goulart (CRP 07/30689), psicólogo clínico, mestre e doutorando em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS, pesquisador e ativista social pela coletividade de pessoas trans e negras, lembrou a recente ocupação por pessoas trans de cargos de gestão do Sistema Conselhos, numa tentativa de romper com visões fundamentalistas e tradicionais, mas que ainda repleta de desafios. “Como não ser repetitivo se a categoria, muitas vezes, ainda não consegue se repensar, não somos vistos em nossa humanidade? Como descolonizar a Psicologia e revisitar nossas práticas profissionais?”, questionou.

Maria Luísa Pereira de Oliveira (CRP 07/4234), psicóloga clínica, doutoranda em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS, ativista do movimento de mulheres negras feministas e pesquisadora dos estudos de gênero e das relações raciais, apresentou marcos importância da história da aproximação das relações raciais com a Psicologia. “A geração mais recente de psicólogas/os negras/os vem para tomar a profissão e mostrar que é compromisso da Psicologia fazer esse enfrentamento ao racismo e a demais formas de violência e opressão, buscando o cuidado e o autocuidado em saúde mental.”

Mônica Restelatto (CRP 07/24919), psicóloga, mulher com deficiência, doutoranda em Estudos da Linguagem, frisou a importância de ocupar esse espaço para que o CRP torne-se cada vez mais acessível e equânime. Falou da ainda necessidade de lembrar que pessoas com deficiência atuam como psicólogas/os, não são somente pacientes. “A categoria ainda nos olha como pacientes e nos associa ao sofrimento. Precisamos lembrar que pessoas com deficiência ocupam outros espaços, estão em todos os lugares. Precisamos apostar no outro”.

Rejane Paféj Kanhgág (CRP 07/33225), neta de Domingas, filha de Maria kairu, mãe de kafág e filha da floresta, psicóloga, doutoranda em Antropologia pela UFRGS, moradora da aldeia indígena sede Nonoai/RS, lembrou que em sua formação questionou algumas vezes se ali era o seu lugar. “Descobri que sim, que a Psicologia precisa falar com todos os territórios, preciso ser porta voz, abrir portas e caminhos, apesar de Freud não falar da saúde de meu povo. Em minha formação e na minha atuação como psicóloga, nunca esqueço de onde eu vim, para saber para onde eu vou. Que a Psicologia possa semear saberes e que possamos seguir lutando por mais espaços pluriversos, cada vez mais juntos, chega de separação!”.

Sandra Fagundes (CRP 07/1644), psicóloga, psicanalista, mestra em Educação, ex-presidenta do CRPRS na gestão de 1989-1992, relembrou o lugar de resistência ocupado desde o início pelo CRPRS. “O papel do Conselho foi se modificando ao longo desses 50 anos, culminando com essa pluriversidade atual, com a riqueza dessa multiplicidade de vidas”.

Neuza Guareschi (CRP 07/1309), conselheira do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e ex-presidenta do CRPRS na gestão de 2004-2007, resgatou a aproximação do Sistema Conselhos de Psicologia com pautas relacionadas a políticas públicas e direitos humanos até culminar nessa Psicologia pluriversa. Durante sua fala, a psicóloga Caroline Daronco Romero (CRP 07/20076) foi reconhecida pela conquista do 1º lugar na II Edição do Prêmio Sylvia Leser de Mello “Práticas Inovadoras no Exercício da Psicologia”, do Conselho Federal de Psicologia, na categoria "Experiências ou produtos derivados de trabalhos realizados em cursos de especialização ou de mestrado”.